quinta-feira, 19 de junho de 2008

Gentes

"Somos feitos de pedaços de pessoas que passam pelas nossas vidas, somos esse apanhado de emoções e pessoas que nos rodeiam e sem elas não seríamos os mesmos. "Precisamos" de cada uma do seu jeito, da sua forma... São nossos anjos espirituais, que sempre têm algo a dizer, modificar, clarear, transpor. São nossas mensagens interiores que se materializam em forma de gente. Acho que o pedido é nosso. As pessoas aparecem sempre que desejamos."

Singela homenagem ao Pedró!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Minha Família.
Minha família, aquela que me deu base, chão, me influenciou, me ensinou, é toda ela materna. Dos meus avós por parte de pai, não conheço quase nada, por conta do nosso pouco contato. Mas isso não me gerou mim nenhum sentimento ruim, ao contrário, como convivi muito pouco com eles, minhas lembranças são muito vagas.
O começo foi assim, chegaram os bisavós maternos a São Paulo advindos do Líbano, de uma cidade chamada Miniara. Da bisavó Marta eu sei pouco, mas do Bisavô José sei que era um turco a moda antiga: machista, rígido, bêbado, mas muito festeiro, espirituoso e extremamente carismático.
Tiveram nove filhos, entre eles minha avó, Georgina viva, até hoje e atualmente com 93 anos.
A família inteira morava na Vila Madalena, bairro que representa bem o sentimento que tenho pela minha família, que é de aconchego, abertura, aceitação do outro, uma espécie de clã que permite tudo.
Essa casa era povoada por gente de todo tipo, um reduto de diferentes personalidades. Todos pareciam ciganos, faziam festas que duravam três dias, cantando e dançando, as crianças viviam soltas.
Minha avó casou com seu primo de primeiro grau chamado Uadid. Do casamento nasceram quatro filhos, minha mãe, Maria de Lourdes e meus tios: Vera, Jorge e José Eduardo.
Minha mãe, hoje com pouco mais de 60 anos, me remete a um referencial forte e destemido de mulher. A mais velha dos irmãos, se formou em Direito no Mackenzie, na época da ditadura, era líder do grêmio estudantil. Trabalhou duro e sempre nos proporcionou o melhor que pôde. Meus pais se divorciaram quando eu tinha seis meses, minha mãe assumiu todos os papéis nas nossas vidas, tanto emocionais como financeiros.
Dos irmãos da minha mãe nasceram 9 primos, primos unidos, parceiros, companheiros da vida.
Os almoços de domingo são uma tradição para a turcaiada até hoje, há mais de 60 anos o costume se repete, as pessoas apenas vão mudando, uns morrendo, outros nascendo. Faça chuva ou sol esse é o nosso ritual familiar, onde aprendemos, ouvimos e vivenciamos pequenos discursos em torno da mesa, o mesmo ritual de sempre.
Eu, fui a primeira neta a ter filho nessa última geração. Tomás, representa a parte mais linda, mais doce. Aprendo muito com ele, todos os dias quando brincamos de carrinho no chão, ou quando ouço ele cantar, ou quando ele me beija e abraça, enfim, tudo nele é mágico, sem dúvida minha melhor parte.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Quem sou eu às avessas

Que bom começar essa nova etapa com transparência e clareza.

Como se esse “quem sou eu às avessas”, aproximasse de forma real todos aqui, elevando as possíveis relações para um outro patamar, tudo exposto, acertado e sem surpresas.

Tive fases que me perdi na referência que criei de mim mesma, e em diversos momentos vivi apenas pelas expectativas alheias mesmo que isso me entristecesse.

Acabei me perdendo no caminho, em algum momento me desviei e por preguiça acabei me acomodando.

Atualmente vivo um momento de desconstrução, desconstrução total do universo que criei, dos discursos que inventei para não sair do meu conforto, para não enxergar o que era difícil, para me poupar de sofrimento.
Cheguei a conclusão, mas só porque assimilei de verdade, que o sofrimento faz a gente crescer, enxergar, melhorar e evoluir.

Agora, tenho a sensação que “vivo”, ainda como aprendiz de uma força maior, tenho a certeza que acalma, o divino e a fé que movem. E agora depois de tantos anos, volto para o caminho que sonhei e acreditei de verdade.

Depois de tantos anos, de tantas relações, das possíveis contaminações sociais, decidi voltar para o que importa e o que me faz feliz.
E para mim essa resposta começa no coração, essa é a medida, mesmo que esse caminho seja difícil, tortuoso e que tudo conspire para o contrário.